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Vol. 22 - Should I Laugh or Cry

Posted by Chester
Após todas as explicações para a polícia, minha mãe chegou, Nunca tinha visto ela com o rosto tão apavorado. Me abraçou e disse que queria falar comigo. Saímos daquela sala e fomos caminhando silenciosamente para um banco no jardim. E era aquele silêncio que me matava.

Depois de tudo o que aconteceu, eu só queria ouvir uma palavra de carinho ou, até mesmo um abraço. Palavras só poderiam piorar tudo. Nos sentamos. Ela olhou para o chão, acho que procurando palavras para me dizer.

- Chester... Eu acabei de ouvir uma história muito estranha... Mas quero ouvir a verdade da sua boca... O que aconteceu aqui meu filho?

Uma lágrima rolou do meu rosto. Foi o suficiente para que minha mãe entendesse que aquilo realmente era verdade. Num primeiro momento, ela jogou o corpo para trás na cadeira, como querendo dizer “não posso acreditar”. Mas vendo que eu estava tão abalado com a situação, ela veio sentar do meu lado e me abraçou. Ficamos ali em silêncio por muito tempo. Muitas lágrimas caíram. Até que, muito tempo depois, só consegui dizer com uma voz chorosa:

- Mãe, não... Eu sei que você nunca vai entender isso... Assim como eu não estou me entendendo... Só queria que a senhora aceitasse...

- Filho, acima de tudo, você é como eu disse: meu filho. Não é fácil para mim como mãe entender o porquê escolheu esse caminho. Mas com o tempo, vou aprender a aceitar...

Um sorriso se abriu no meu rosto.

- Obrigado mãe. - e nos abraçamos.

Theo fora hospitalizado. Estava em coma e com diversas complicações por causa dos cortes que teve pelo corpo (ele acabou caindo sobre os estilhaços da garrafa). Durante algumas semanas, saía do colégio e ia visitá-lo no hospital.

Num desses dias, cheguei lá e perguntei para alguma enfermeira como ele estava. Pelo rosto dela, as notícias não eram boas.

- Esta noite ele passou por uma cirurgia de emergência. Foi algo grave e não havia outra solução... O médico...

Eu, desnorteado, corri para o quarto dele e não esperei para ver o que a enfermeira diria. Entrei, e fui direto para a cama. Peguei na mão dele:

- Theo, acorde, por favor... Acorde!

Seu rosto se mexeu.

- Theo!

As pálpebras começaram a se movimentar, e aos poucos, ele abriu os olhos. Senti uma felicidade inacreditável percorrer todo o meu corpo. E a mão dele apertou a minha.

- Theo, finalmente... Finalmente você acordou!

- Chess... Onde eu estou?

- Você está num hospital. Muita coisa aconteceu... Fique queitinho aí, eu vou chamar o médico.

- Eu preciso ir ao banheiro, vou me levantar...

- Não, fique quietinho, vou chamar uma enfermeira, espere aqui...

Theo, insistente se vira e retira o lençol.

E dois gritos ecoaram por todo o hospital.

(continua)

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