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Vol. 14 - You're Unbelievable...

Posted by Chester
Era tudo bom demais para ser verdade. Theo ainda não havia me pedido em namoro, mas é como se já estivéssemos. Era tudo tão legal e tão novo. Me sentia preenchido, minha vida tinha outro sentido. Eu estava tão apaixonado, tão embriagado de amor. Tinha horas que durante a aula, enquanto ficávamos trocando olhares, me dava vontade de me levantar da cadeira e dar um beijão nele, Não me importaria com a turma, com o professor... Só queria mostrar para todo mundo que eu estava muito feliz.

Eu e Theo ficamos a aula inteira conversando por bilhetes. Falávamos de tudo, desde os nossos colegas até coisas um tanto “picantes”. Teve um instante que ele comentou:

Adoro quando você usa a calça do abrigo. Realça tanto o seu bumbum.”

Agora imagine a minha cara lendo isso! Hahaha. Theo era tão aberto à esses assuntos e eu sempre fui mais tímido e retraído. Era difícil dizer qualquer coisa com conotação sexual para ele. Mas sabia que aquilo iria passar com o tempo.

Chegou a hora do almoço. Juntei minhas coisas correndo e eu e Theo fomos correndo (literalmente) até o quarto. Abri a porta, entrei e joguei minhas coisas na cama. Ele fez o mesmo, me virou em direção à ele. Me enlaçou pela cintura e nos beijamos loucamente, como se nunca tivéssemos feito isso antes. Quando paramos, Theo me lembrou que deveríamos manter nosso amor em segredo. E eu sabia que sim. No ano passado um garoto havia sido convidado a se retirar do colégio por manter “conduta inapropriada” nas dependências do colégio. Na verdade, tinha sido expulso simplesmente por ser gay. Concordei com a cabeça, achando chata a situação, mas não havia mais nada que pudéssemos fazer naquele momento. Acabamos nos beijando de novo e, alguns minutos depois saímos do quarto e fomos almoçar com Meg.

Durante o almoço, Meg só falou do filme que ela havia visto no fim-de-semana, Coyote Ugly. Ela havia ficado tão envolvida com a história e falava de um jeito que eu achei que ela iria subir na mesa e dançar como uma Coyote... Hahaha. E pela primeira vez comecei a me preocupar com o que comia. Antes do Theo aparecer, almoçava só porcarias. Mas agora, me sentia na obrigação de ficar bonito para ele. E reduzi bastante a quantidade de comida no meu prato.

No final do dia, eu e Theo fomos até a sala dos computadores para fazer um trabalho. Ele largou as coisas dele sobre a cadeira e pediu para ir ao banheiro, dando uma piscadinha. Comecei a procurar o assunto do trabalho e nem reparei quando ele voltou.

- Ei, que papel é esse aqui em cima da minha pasta? É um bilhetinho? - e olhou apara mim fazendo uma carinha de bobo.

Olhei para ele assustado. Não havia deixado nenhum bilhete. Fez uma cara de suspense e resolveu abrir.

Eu sei sobre vocês dois. E vou contar!

Neste momento, nos olhamos chocados.

(continua)

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Vol. 13 - Hey! Don't Touch Me This Way...

Posted by Chester
Theo se esticou e apagou a luz do abajur. Voltou a se abraçar em mim e pude sentir o leve tocar dos seus lábios nos meus. Ele comprimiu meu corpo junto ao dele. Minha boca se entreabriu e a língua dele começou a devagarinho entrar por ela. Deixei aquela língua úmida e quente me invadindo. O toque carinhoso entre elas me levava às alturas. E me deixei levar pela emoção do momento. Foi um beijo ardente, mas ao mesmo tempo muito carinhoso. E acho que para dois inexperientes, estávamos muito bem.

Queríamos aquilo (acho que todos vocês leitores também esperavam por isso) mais do que tudo naquele momento. Queria me sentir amado pelo menos uma vez na vida. Theo me segurava pela cintura e com o outra mão me enlaçava a nuca. Me sentia quase flutuando.

Porém aquele beijo que começou muito romântico tomou outro caminho. Theo começou a me beijar mais afoitamente, querendo ir mais adiante. Por gostar muito dele e estar muito envolvido com o momento, fui adiante, deixei que ele continuasse me beijando.

Ele me levou devagarinho para a cama dele, e começou a tirar a camiseta do pijama. Naquela hora deveria pedir para parar, mas meu tesão por ele era maior que a minha razão naquele momento. Tirou minha calça e minha cueca juntas, me deixando totalmente exposto a ele. Tirou as calças e se deitou sobre mim. Continuamos nos beijando feito loucos, porém não sabia o que fazer. Theo levou minha mão até o membro dele enquanto ele pegava no meu. Mas eu estava tão nervoso e confuso com toda aquela situação que acabou não acontecendo nada.

Parei de beijá-lo e ele percebeu. Theo saiu de cima de mim e se jogou do meu lado. Acabei acendendo a luz. Achei que ele estaria chateado por eu não ter conseguido. Ele se virou de lado para mim e me deu um beijo suave.

- Eiii... Não fica assim. Foi tudo muito rápido! Quero que isso seja especial para nós dois! Eu posso esperar... Desculpe por ter feito isso assim...

Sério, esse cara não poderia existir! Quem em tal situação poderia dizer coisa tão maravilhosa! Como retribuição, me virei de lado e comecei a beijá-lo novamente.

Acabamos dormindo juntos e só acordando com o despertador. Olhamos um para o outro e a única coisa que fizemos foi sorrir um para o outro. Nos vestimos e voltamos para nossas atividades normais.

Reencontrei Megan no café da manhã.

- E aí Chess, como foi o fim-de-semana? Sentiu minha falta? Hahaha... Duvido! Essa sua cara de alegrinho me diz que coisas boas aconteceram...

Olhei para Theo e ri. Não precisava dizer mais nada. Megan colocou a mão na boca e fez cara de quem teve uma bela surpresa.

- Então... Vocês... Não acredito! - e mostrou um sorriso enorme, deixando sua cara ainda mais parecida com a de um Shar Pei.

E começamos todos a rir.

- É... Estamos juntos. - disse Theo sorrindo.

E nada mais se falou. Meg me deu uma piscada de olho e mudou logo de assunto.

Iniciaram-se as aulas. Theo me manda um bilhete. Ele me olhou com cara de safado e piscou o olho. Sorri para ele e li:

Adorei a noite de ontem. Gostaria de poder passar todas as noites assim contigo! E com o tempo, vamos mais adiante. Te amo, Theo”.

Nem preciso dizer que não prestei mais atenção na aula.

(continua)

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Vol. 12 - Hopelessly Devoted to You...

Posted by Chester
Como sempre, achava que nunca Theo iria me beijar. Quando estávamos quase lá, alguma coisa acontecia para atrapalhar. E dessa vez foram duas meninas. Uma loira e outra morena. Ficaram nos olhando por um tempo e elas cochicharam alguma coisa. A morena fez um “sinal com os ombros” querendo dizer que não se importava. E as duas se deram as mãos e saíram a caminhar pelo jardim. Eu e o Theo ficamos com vontade de rir da situação, mas acabamos saindo dali. Ficamos conversando o resto do dia, mas não falamos mais nada sobre o que havia acontecido debaixo da árvore.

Jantamos juntos e voltamos para o quarto. Enquanto caminhávamos pelo corredor vazio, Theo me enlaçou colocando um de seus braços por trás de mim e tentou me beijar. Mas virei o rosto para o lado.

- Está louco! Alguém pode nos ver! - disse rindo, pois não estava preparado para a situação.

- Desculpe! É que eu não agüento mais... Eu quero fazer isso logo! - e sorriu para mim.

Eu estava tão feliz em saber disso e de ver o sorriso dele que se ele quisesse conseguiria me beijar naquela hora mesmo. Mas primeiro fomos para o banheiro. Ele decidiu tomar um banho enquanto eu escovava os dentes. Me veio uma vontade repentina de querer ver ele tomando banho... Enxagüei minha boca e fui caminhando devagarinho em direção as duchas. Comecei a espionar com um olho e... Cadê o Theo?

De repente ele sai de trás dos armários só de toalha. E eu acabei tomando um susto enorme.

- Queria ver alguma coisa é? Não pode esperar não? - ele disse rindo.

Eu não sabia onde enfiar minha cara. Queria que o chão se abrisse e me engolisse naquele momento.

Peguei minhas coisas e fui correndo para o quarto. Nem olhei para trás. Não sei bem o que aconteceu, mas não queria mais estar ali. Entrei e fechei a porta. Pulei na minha cama e fiquei ali. Eu não estava acostumado com essa situação. Eu sequer havia beijado outro cara na boca! Tudo estava acontecendo tão rápido... Eu estava tão confuso...

Theo chegou no quarto e me viu sentado na minha cama com cara de choro. Fechou a porta e veio caminhando em minha direção. Pude sentir o cheiro bom do seu perfume enquanto se aproximava. Sentou do meu lado, passou o braço sobre meus ombros e começou a falar carinhosamente:

- Eeei... Calma! Não foi nada! Eu só queria brincar com você.

- Theo... Eu ando tão confuso com isso tudo...

- Eu sei... Eu também estou... E só há um jeito de termos certeza do que queremos!

Se levantou e ligou o rádio. Procurou uma estação que estava tocando uma música bem romântica. Apagou a luz e ligou um abajur. Voltou até minha cama, me pegou pela mão e me convidou para dançar.

Olhei para ele com cara de “não“, mas acabei cedendo e me levantei. Coloquei as mãos nas costas dele. Mas Theo acabou me puxando contra ele e ficamos bem juntinhos. Ficamos ali, com o rosto colado um no outro enquanto aquela música melosa invadia meus ouvidos e meu coração. Aquela era a hora. Me afastei um pouco e olhei bem dentro dos olhos dele.

Mas...

(continua)

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Vol. 11 - In The Blink of His Eyes

Posted by Chester
Acordei tarde. Parecia que tinha dormido por dias. Me levantei meio sonolento e vi que Theo já não estava no quarto. Meu relógio marcava 11h45. Peguei minhas coisas e fui direto para o banho, ver se eu acordava. Liguei a ducha e fiquei ali, debaixo dela. Fiquei pensando em tudo o que tinha acontecido ontem. E sorri. Theo queria enfrentar tudo comigo. Terminei meu banho correndo pois estava louco para encontrá-lo. Me vesti e saí atrás dele.

Passei por todos os lugares do colégio e não o encontrei de novo. Então, ele só poderia estar em um lugar: no jardim de entrada. Saí correndo até lá e o encontrei. E lá estava ele, no mesmo local, debaixo da mesma árvore, lindo como sempre. E eu fui correndo até lá.

- Nossa, é sempre difícil te encontrar! Acordou cedo? - disse eu rindo.

- Não tanto quanto você, dorminhoco! Tomou café? - e abriu aquele sorriso lindo.

- Se eu pedisse café a essa hora, as tias do refeitório me bateriam com as bandejas! Já é quase meio dia. Hahahaha... Mas estou com fome! - e nessa hora, minha barriga roncou.

- Hahaha... Bom, tenho alguma coisa que espero que alivie tua fome.

E pegou um pacote com uma caixinha de leite e um pacote pequeno com torradas. Fiquei surpreso com a situação. Jamais alguém havia feito isso por mim.

- Não precisava... Eu... Nem sei o que dizer... Obrigado mesmo! - e abracei ele.

- Que isso! Você merece... E come logo! Daqui a pouco já vamos almoçar mesmo!

Nunca comi torradas e tomei um leite tão gostoso! Tinha um gosto tão especial. E do nada, ele passa o braço por trás de mim.

- Eu quero conversar contigo. - e deu uma piscadinha com o olho direito - Mas, depois do almoço.

- Aham... E sobre o que seria? - e olhei para ele com cara de quem sabia sobre o que ele iria falar.

- Espera curioso! - rindo, me apertou contra o seu corpo.

Depois de comer, saímos dali e fomos direto ao refeitório (se continuasse a comer daquele jeito, logo logo seria uma orca!). Almoçamos sozinhos pois não havia nenhum outro conhecido no colégio naquele fim-de-semana. Escovamos os dentes (tá bom, confesso que eu estava com segundas intenções!) e voltamos ao jardim. Sentamos no mesmo lugar e Theo começou a falar.

- Pois bem, seu curioso! Vou começar a falar...

- Que comece, por favor!

- Shhhhh... Hahahaha... Bem, eu... Hã... Eu... Bom, depois de tudo o que eu disse ontem acho que você já sabe mais ou menos o que vou falar...

- Eu... Não sei de nada... O que você falou ontem mesmo? - me fazendo de desentendido.

- Eu gosto de ti!

(silêncio)

- E bem mais que você imagina!

Eu abri um grande sorriso e ele veio na minha direção. Acho que finalmente iria acontecer o beijo que eu esperava tanto.

Mas...

(continua)

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Vol. 10 - My Rainy Susnset

Posted by Chester
Ele veio caminhando na minha direção.

- Theo... Eu... Eu preciso conversar contigo...

Ele chegou bem perto de mim e se sentou do meu lado. Olhei para ele, mas ele parecia estar com o olhar fixo no nada. E ficamos um tempo assim. Eu não sabia se deveria começar a falar ou me manter calado e esperar que ele pudesse falar alguma coisa. Estava me sentindo frustrado com tudo que havia acontecido até então.

- Chester... - e começou a falar baixinho e calmamente, mas ainda olhando para o nada - Eu jamais imaginei que isso pudesse acontecer comigo. É algo muito estranho o que está acontecendo... Tem certas coisas que eu não gostaria de escolher mas eu sequer tive a escolha. Não ache que está sendo fácil para mim, assim como eu sei que para você não é.

- Mas Theo...

- Deixa eu terminar, shit! - gritou - Por um lado, estou muito feliz. Muito mesmo. Eu encontrei uma pessoa muito legal. Apesar de conhecer você a tão pouco tempo, sinto que já conheço muito de você. Somos muito parecidos. E eu sei porque você sofre. É por tudo que está lá fora nos esperando! Por uma maldita sociedade que ainda insiste em dizer que somos e estamos errados! Que somos os "freaks", os transviados, os...

E ele começou a chorar... Chorar muito, de raiva. E eu não sabia o que fazer. E como tenho um sério problema que me impossibilita de ver outras pessoas chorando, pois eu começo a chorar também, logo lá estava eu também com a cara cheia de lágrimas. Passei o braço sobre ele, que deitou sua cabeça no meu ombro.

E assim ficamos, um bom tempo. Não era o momento para um beijo ou para mais nada. Era algo só nosso. Nossas descobertas. O mundo que viria. Nossos sonhos e nossa realidade.

E nesse instante vi o mais bonito pôr-do-sol da minha vida.

Saímos dalí calados. A noite já chegava calma e fria. Fomos ao refeitório, jantamos e voltamos para o quarto. E poucas palavras foram ditas. Precisavamos de uma boa noite de sono e de coragem, para enfrentar o que viria pela frente.

Saí para escovar os dentes enquanto ele colocava o pijama. Resolvi não insistir no assunto. O dia já tinha sido pesado demais para nós dois. Mas no fundo eu estava feliz! Querendo ou não, ele havia declarado que gostava de mim.

Quando havia voltado do banheiro, Theo estava de pé, me esperando. Olhou para mim, sorriu e me deu um abraço.

- Dorme bem... - me disse perto do ouvido.

E me deu um beijo na bochecha.

Ele foi para a cama dele e se deitou. E eu fiquei alí, de pé...

(continua)

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