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Vol. 7 - You'll aways be my boo...

Posted by Chester
Já eram 17h e eu estava saindo do escritório quando recebo uma mensagem de texto.
“Se puder, gostaria que me encontrasse no mesmo café de ontem, por volta das 18h. Gostaria de conversar contigo de novo, se quiser. Aguardo você. Theo.”
Comecei a digitar uma mensagem, mas como fazer isso e caminhar é algo impossível para qualquer pessoa normal, imagine para mim. Resolvi então ligar.
- Oi Chess!
- Hã... Ah, oi Theo... Hehehe. Não estava esperando essa recepção.
- Desculpa.
- Não, tudo bem. Olha só, estou muito longe daquele café. Ontem fui até lá porque tinha que resolver umas coisas lá perto, então...
Estava prestes a desmarcar, mas então o som do suspiro dele deixou meu coração derretido e então acabei voltando atrás...
- ...quem sabe não podemos nos encontrar num outro local. Estou perto de Nothing Hill. Tem um café ótimo perto da estação. Que tal nos encontrarmos na estação mesmo e depois irmos ali?
- Ótima idéia. Que tal umas 18 horas?
- Por mim tudo bem.
- OK, encontro você lá.

Por que me coração neste em ser tão rebelde? Eu deveria ir para casa e esquecer que isso tudo aconteceu. Foi ele quem sumiu e não me deu notícias. Foram seis longos anos esperando por um sinal... Mas, como já tinha marcado o encontro, agra teria que ir. Entrei em umas lojas de roupas para fazer tempo e fiquei tão entretido com a quantidade de cachecóis que experimentei que quase perdi a hora.
Cheguei na estação e lá estava ele. Era estranho vê-lo de pé, imaginando que debaixo daquelas longas calças de veludo havia um bastão de liga metálica em vez de uma perna normal de carne e osso. Apressei o passo e cheguei de frente a ele.
- Oi, desculpa... Perdi o horário comprando umas besteiras.
- Hehehe... Notei pelas sacolas.
- Comprei uns cachecóis novos para ver se consigo ficar mais bonito nesses dias tão feios de inverno... Não que eu consiga, mas...
- Até parece que precisa disso para ficar mais bonito.
- Se você diz...

Chegamos à rua e esperamos para atravessar. Ainda continuava impressionado em saber como ele tinha conseguido se adaptar tão bem com aquela perna mecânica. Não parecia que ele estava usando uma. Distraído olhando para a perna de Theo, comecei a atravessar a rua, sem perceber que um ônibus vinha em minha direção. Mais atento que eu, Theo me puxa com o braço para trás, o que quase me leva ao chão a não ser pelo outro braço dele que me enlaçou. Como se fosse a cena de um filme romântico da década de 50, ficamos nos olhando como se depois daquilo fosse acontecer um beijo. Só que simplesmente nos olhamos e sorrimos da situação. Após ficar de pé novamente, iniciamos a travessia e entramos no café em um total e absoluto silêncio.

Entramos e nos sentamos próximos à janela. Pedimos dois cappuccinos e começamos a conversar sobre amenidades. Até que chegamos ao assunto “o que terá acontecido aos nossos colegas de colégio”. Muitas risadas depois, Theo se arrisca:
- Mas falando sério, jamais imaginaria que você ficaria tão bonito depois desses anos todos...
- Eu sei que nasci predestinado a ser feio, mas obrigado pelo suposto elogio. - e rimos.
- Quando digo isso é porque sempre imaginei que ficaria parecido com o que era... E tá bom, talvez, lá no fundo imaginasse que pudesse ter ficado feio.
- Nossa, obrigado por isso... - e voltamos a rir. Até que Theo interrompeu meu riso.
- E eu jamais imaginaria que continuaria tão apaixonado quanto estou nesse momento por você.
(CONTINUA)

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